Especialista fala sobre o agravamento dos problemas emocionais em idosos com dificuldades de audição

Em tempos de pandemia, como a que vivemos atualmente com a covid-19, os idosos que ficam em casa, em um ambiente familiar com dificuldade de comunicação em razão da falta de audição, acabam por se retrair e se isolar a ponto de desenvolveremproblemas emocionais.

De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 5% da população brasileira é composta por pessoas com deficiências auditivas. O estudo aponta que esta parcela corresponde a mais de 10 milhões de cidadãos, dos quais 2,7 milhões possuem surdez profunda e, por isso, não escutam absolutamente nada.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a estimativa é de que 900 milhões de pessoas podem desenvolver surdez até 2050.

“No nosso centro de especialização temos recebido muitos casos de problemas emocionais ligados à falta de audição. Quanto mais rápida a identificação da doença ou do agravamento dela, maior será o sucesso no tratamento que pode ser desde adaptação de próteses auditivas até procedimentos cirúrgicos buscando a reabilitação da audição”, afirma Dr. Fernando Balsalobre, otorrinolaringologista especialista nas doenças do ouvido.

Para quem tem deficiências auditivas, as tarefas cotidianas, que já não são fáceis, se transformaram em momentos extremamente exaustivos, gerando desgaste, ansiedade, desmotivação, medo, irritação e a dura consciência de existir em uma sociedade sem recursos apropriados e suficientes para oferecer o mínimo de acesso e integração.

“A melhor forma de se solidarizar é com empatia, se colocar no lugar do outro e ajudar. Se o momento atual já é crítico para quem não possui limitações, imagine para aqueles que têm e muitas vezes possuem dificuldade no diagnóstico e tratamento.”, completa Balsalobre.

Além dos desafios já enfrentados normalmente pelos deficientes auditivos, a pandemia agravou ainda mais suas dificuldades. A barreira da comunicação impede que estas pessoas tenham autonomia e liberdade para realizar atividades simples, como fazer compras, o que já compromete o bem-estar físico, psíquico e social. Com a pandemia e as consequentes restrições e alterações no nosso modo de vida, o impacto na saúde mental dos deficientes foi ainda maior.       

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Jardins SP

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