Março Lilás: Ginecologista fala sobre a prevenção do câncer de colo de útero

Em março, todo o mundo chama a atenção para uma doença que causa 311 mil óbitos femininos em todo mundo: o câncer de colo de útero. A estimativa é do Instituto Nacional do Câncer – Inca, que informa que, no Brasil, em 2020 foram estimados 16.710 casos da doença, a quarta maior causa de morte por câncer em mulheres no país, sem considerar tumores de pele não melanoma*.

Para a Dra. Mariana Rosario, ginecologista, obstetra e mastologista, membro do corpo clínico do hospital Albert Einstein, “Toda mulher precisa fazer o Papanicolau anualmente, um exame que detecta a presença de doenças no aparelho reprodutor.”, diz a médica.

O HPV (sigla em inglês para Papilomavírus Humano) é um vírus que infecta pele ou mucosas (oral, genital ou anal), tanto de homens quanto de mulheres, provocando verrugas anogenitais (região genital e no ânus) e câncer, a depender do tipo de vírus.

A infecção pelo HPV é uma Infecção Sexualmente Transmissível (IST). Trata-se de uma Infecção Sexualmente Transmissível (IST) muito temida porque o vírus é causador de 99% dos casos de câncer de colo de útero.

“Quando as pessoas têm relações sexuais desprotegidas, elas estão expostas ao contágio por diversas doenças – e o HPV é uma delas. A partir da exposição ao HPV, podem surgir verrugas genitais (condilomas genitais ou condilomas acuminados), que indicam a presença do vírus, lesão pré-maligna de câncer (também chamada de lesão precursora), vários tipos de cânceres, como os do colo de útero, vagina, vulva, ânus, pênis e orofaringe, bem como a Papilomatose Respiratória Recorrente (PRR)”, informa a médica.

A doença também pode permanecer assintomática, manifestando-se ou não ao longo da vida. O que se sabe é que quem foi contaminado pelo HPV torna-se um potencial transmissor do vírus.  

E, apesar de as estatísticas apontarem que 10% dos homens ou mulheres terão esse tipo de verruga ao longo da vida, realmente esse número pode ser maior, devido ao fato de muitas pessoas não manifestarem a doença, mas a transmitirem a outras. Por isso, cada vez mais, o uso do preservativo é tão importante.

“Basta uma relação íntima para que você seja contaminada pelo HPV. Esse é um vírus altamente contagioso e sua transmissão se dá pelo contato direto com a pele ou mucosa infectada. Assim, o toque da mão ou da boca com o órgão genital ou o próprio ato sexual podem gerar o contágio – sem que haja, necessariamente, a penetração”, diz ela.

O diagnóstico do HPV é realizado por exame clínico, em consultório, com confirmação por Papanicolau, colposcopia e vulvoscopia, além de hibridização in situ, captura híbrida e PCR. Também se realiza o Teste de HPV de Alto Risco, um exame que consegue assegurar a presença do vírus mesmo em mulheres sem sinais ou sintomas da doença.

Não existe um tratamento específico para eliminar o Papilomavírus humano do organismo. Ele pode desaparecer espontaneamente ou ficar latente pela vida inteira, manifestando-se quando a imunidade baixa.

Quando aparecem verrugas genitais, o tratamento é individualizado, variando conforme a opção médica, o tamanho, a quantidade e a localização das lesões e as condições financeiras da paciente, porque há tratamentos que o SUS não oferece ou até os convênios não cobrem.

LEIA MAIS: Universidade levará internet gratuita para comunidades de São Paulo.

Jardins SP

Facebook Comments

POST A COMMENT.